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NINHOS ARTIFICIAIS

 

As andorinhas e os andorinhões encontraram nas estruturas e nos edifícios que construímos as condições ideais para criarem as suas famílias. Pontes, paredes verticais, beirais, telheiros e pequenas fissuras entre os seus componentes recriam com exatidão os locais onde os seus antepassados se reproduziam, as arribas e os penhascos! À medida que fomos construindo mais edifícios e cada vez mais altos, estas aves tornaram-se uma presença habitual nas nossas aldeias, vilas e cidades. E de todas as espécies com que partilhamos o espaço urbano são provavelmente as mais apreciadas, pois se as aves beneficiam das condições de nidificação que lhes oferecemos, nós usufruímos de um excelente serviço de controlo de insetos, para além do prazer de as observar bem de perto! No entanto, nas últimas décadas o número de andorinhas e andorinhões tem diminuído e uma das causas é os edifícios deixarem de oferecer as condições ideais de nidificação.

 

Em resumo, estas aves têm dificuldades em encontrar locais de nidificação porque:

 

  • durante o restauro de telhados, muralhas e pontes são tapadas as fissuras onde os andorinhões se reproduzem

  • os novos tipos de revestimentos de edifícios muito lisos não permitem que as andorinhas colem a lama com que fazem os seus ninhos

  • o desenvolvimento de novas técnicas e materiais de construção permite a construção de edifícios sem fissuras e muitas vezes sem telhados convencionais ou mesmo beirais

  • a destruição propositada de ninhos, pelos incómodos que estes possam causar, continua a ser uma prática frequente, apesar de proibida por lei

 

É, por isso, fundamental que se tente proteger os ninhos e as colónias existentes! Mas, para além disso, é também importante fomentar a instalação de novos locais de nidificação, sobretudo em sítios que reúnam boas condições e onde os impactos dos ninhos sejam mínimos, de forma a que as aves se possam lá instalar durante muitos anos!




NINHOS PARA ANDORINHA-DAS-CHAMINÉS

 

Os ninhos das andorinhas-das-chaminés, em ambiente natural, são construídos em reentrâncias de falésias ou em locais em que as rochas formam uma pala que protege os ninhos da chuva. Hoje em dia já quase não se conhecem ninhos desta espécie em ambiente natural, com quase todas as andorinhas-das-chaminés a reproduzirem-se em estruturas feitas pelo homem. Existem, no entanto, algumas falésias onde ainda podemos ver ninhos desta espécie, como os que se encontram nas margens do rio Guadiana, no Pulo do Lobo. Estas aves são semi-sociais e, por vezes, formam pequenas colónias com algumas dezenas de ninhos, mas geralmente fazem ninhos isolados. Se em tua casa existe um alpendre, um telheiro, uma garagem ou outro local com boas condições para albergar um ninho de andorinha-das-chaminés, podes aprender aqui como fazer uma taça-ninho!

Como construir a taça-ninho

Os ninhos das andorinhas-das-chaminés são pequenas taças de barro com cerca de 12 centímetros de largura e 8 centímetros de altura, geralmente construídas sob uma pequena saliência na parte mais alta de uma parede ou sob uma viga. A taça-ninho é aberta em toda a parte superior por onde as aves entram.

Onde colocar a taça-ninho

Os sítios preferidos por esta espécie são coberturas de fácil acesso, como por exemplo edifícios sem paredes, portas ou janelas, como telheiros, edifícios de apoio à agricultura, garagens, alpendres ou qualquer outro edifício que, por estar abandonado, lhe falte essas peças arquitetónicas. 

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NINHOS PARA ANDORINHA-DOS-BEIRAIS

 

Antes de o Homem construir edifícios, as andorinhas-dos-beirais costumavam reproduzir-se em penhascos e, na verdade, ainda o fazem em alguns lugares, como nas falésias ribeirinhas do Alto Douro e do Tejo Internacional. Estas aves são semi-sociais e enquanto algumas fazem ninhos coletivamente, outras nidificam isoladamente. Se quiseres partilhar a tua casa com as andorinhas-dos-beirais e o edifício tiver condições para albergar uma colónia, podes colocar taças-ninho feitas por ti e esperar que as aves decidam brindar-te com a sua companhia!

Como construir a taça-ninho

Os ninhos das andorinhas-dos-beirais são taças de barro com cerca de 12 centímetros de largura e 8 centímetros de altura, construídos no topo de uma parede vertical junto a um beiral. O acesso ao ninho é feito por uma pequena abertura central, junto ao topo do ninho com aproximadamente 2 centímetros de altura por 6 ou 7 de largura.

 

Onde colocar a taça-ninho

O local de nidificação é fundamental. Deve ser facilmente acessível e construído sob uma saliência que sirva de telhado (um beiral).  Os ninhos devem ser colocados a uma altura mínima de 2 metros e as fachadas viradas a sul devem ser evitadas. Os locais preferidos são as cumeeiras de telhados de duas águas, mas qualquer beiral protegido pode suportar um ninho ou uma colónia.

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TALUDES PARA ANDORINHA-DAS-BARREIRAS

As andorinhas-das-barreiras são aves sociais que se reproduzem em colónias. Estas aves escavam os seus ninhos em taludes arenosos, geralmente junto às margens de rios, que ficam expostos pelo efeito da erosão. As colónias podem variar entre meia dúzia de ninhos até enormes núcleos com mais de 2000 ninhos. Ao contrário de outras espécies de andorinhas em que a transformação da paisagem e mais especificamente a construção de edifícios veio melhorar as suas condições de nidificação, para as andorinhas-das-barreiras o impacto humano na paisagem não trouxe vantagens tão grandes como trouxe para as andorinhas-das-chaminés e para as andorinhas-dos-beirais. As barragens e os açudes normalizam o caudal dos rios e a artificialização das margens não permite a formação dos taludes de que dependem. Por outro lado, locais de extração de areias ou de caulinos podem providenciar locais excelentes para que se formem colónias, mas os trabalhos contínuos das explorações acabam por transformar estes locais em verdadeiras armadilhas para as andorinhas.

 

As colónias de andorinhas-das-barreiras são sítios extraordinários e é impressionante o vai-e-vem de andorinhas a entrar e sair do ninho. Não é, no entanto, uma estrutura que possamos fazer nas nossas casas. Pela sua dimensão e pelos locais ideais à sua implementação este é um desafio que deixamos a associações ou municípios que possam estar interessados em promover a presença destas aves.

 

Construir  um talude de suporte a uma colónia

Os ninhos são escavados na parte mais alta dos taludes, sobretudo nos taludes mais baixos que em pouco ultrapassam os 2 metros de altura. As cavidades para os ninhos têm em média uma profundidade de 60 centímetros mas podem ultrapassar mais de um metro.

 

Onde instalar o talude?

Estas aves preferem escavar os ninhos em taludes nas margens de rios ou lagos, uma vez que isso diminui a probabilidade de serem visitados por predadores. A erosão natural provocada pelo vento e pelo movimento das massas de água impede que plantas se instalem, o que torna estes locais de nidificação não só seguros para as aves, pois os predadores não conseguem subir os taludes até à entrada dos ninhos, como também estruturas de baixa manutenção para as associações ou municípios que os instalem.

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CAIXAS-NINHO PARA ANDORINHÕES

 

Os andorinhões utilizam como locais naturais de nidificação pequenas fissuras entre rochas de falésias e escarpas. Por vezes, podem também nidificar em grutas, como é o caso das colónias que se conhecem na Serra da Arrábida. Contudo, a grande maioria destas aves nidifica, hoje em dia, em estruturas artificiais e edifícios, existindo poucas colónias de nidificação em ambiente natural. Uma vez no interior de um espaço entre rochas ou entre as telhas de um telhado de um edifício antigo, os andorinhões constroem um pequeno ninho feito com palhas, penas e outros elementos que recolhem em pleno voo. Estes materiais são agregados com auxílio da sua saliva pegajosa, até formarem uma pequena taça com alguns centímetros de diâmetro. Na ausência de locais com estas características podem ser construídas e instaladas caixas-ninho, oferecendo um local de nidificação seguro e permanente.

 

Como construir a caixa-ninho

As caixas-ninho para andorinhões são maiores e têm uma forma diferente das caixas ninho convencionais que estamos habituados a ver e onde nidificam outras aves como chapins e outros pequenos passeriformes. Como ficam expostas ao tempo devem ser mais resistentes para que durem muitos anos.

Onde colocar a caixa-ninho

Os andorinhões procuram locais para nidificar com pelo menos 4 metros de altura e, por isso, os melhores locais para instalar as caixas são os pontos mais altos dos edifícios. As fachadas ideais são as menos expostas aos sol, para que a caixa não aqueça muito e o brilho do sol não atrapalhe as aves. Desde que a altura até ao solo seja suficiente e em frente aos ninhos exista espaço livre que lhes permita voar é provável que as caixas venham a ser ocupadas. No entanto, a decisão é sempre das aves!

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