Os andorinhões-pálidos deambulam entre a bacia mediterrânica e a zona central de África através dos seus movimentos migratórios sazonais. Vê-los fora desta rota é um acaso, no entanto, quase todos os anos logo depois da época de reprodução, há alguns registos dessas aves pela costa ocidental europeia até ao Mar do Norte.
Este ano, talvez resultado de ventos vindos de África que se formaram em outubro e novembro, esse influxo foi particularmente notório e foram vistos andorinhões pálidos na Grã-Bretanha, na Irlanda, nos Países Baixos, na Bélgica, na Alemanha, na costa Francesa da Normandia e até na Suécia.
Na Grã-Bretanha, o andorinhão-pálido é uma espécie rara, registada pela primeira vez em 1978. Em outubro e novembro do corrente ano, um número sem precedentes destas aves foi avistado, com dezenas de registos de andorinhões-pálidos a serem reportados um pouco por toda a ilha, principalmente junto à costa. Em 2018, um fenómeno meteorológico semelhante também tinha provocado uma vaga de andorinhões-pálidos, com pelo menos 21 observações. Esse recorde foi largamente ultrapassado este ano, com mais de 70 observações registadas.
Também os observadores de aves dos Países Baixos foram presenteados com este influxo, com cerca de 15 observações durante este ano. Foram ainda registados andorinhões-pálidos na Irlanda, na Bélgica, na Alemanha, na França e na Suécia durante este período e certamente muitos mais passaram sem que fossem vistos.
Será que algum dos andorinhões-pálidos marcados pelo andorin com logger GPS nas colónias da Arrábida ou de Vila Nova de Famalicão fez parte deste influxo e foi visitar estes países?
Só iremos saber no ano que vem! Fiquem atentos!
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